encontrei na rua deserta
um cão perdido
triste
olhei-o olhou-me
triste
deixou-me
perdido segui(u)
(scs, 19317)
A palavra é tanta que faz a alma ser muitas
encontrei na rua deserta
um cão perdido
triste
olhei-o olhou-me
triste
deixou-me
perdido segui(u)
(scs, 19317)
nem
tão
belo
nem
tão
triste
uma folha
do caderno
se
soltou
nela
havia
uma
poesia
naquela poesia
poucas
pa
la
vras
havia um
sorriso
e
duas
lá
g
r
i
mas
(scs, 41212)
como se nunca houvesse primavera
se nada além do fim de tarde
ocaso cinza
de nuvens indiferentes
sem vento nem pássaros
e nas folhas
as lágrimas da chuva
a tristeza que não era dela,
mas ela a carregava
e sentia
por isso, não sorria
e só
– o tempo passa sem pena
o menino triste
correu pela rua
sorrindo como criança
(scs, 17512)
chove lá fora
e aqui
chovo por dentro
ao velório
do velho
foi um bolo
de velhas
o
salva-vidas
morreu
afogado
na
tristeza.
O passarinho cantava logo cedo sua tristeza engaiolada. O gato não ficava comovido.
à orla de teus olhos
morria
o mar de tantas lágrimas