desenhei um silêncio tão grande
que mal coube na palma do papel
escorreu entre os dedos
e pingou no ar
manchando a nuvem que passava
grávida de chuvas
agora, ela chora rostos sem sorrisos
(scs, 19516)
A palavra é tanta que faz a alma ser muitas
desenhei um silêncio tão grande
que mal coube na palma do papel
escorreu entre os dedos
e pingou no ar
manchando a nuvem que passava
grávida de chuvas
agora, ela chora rostos sem sorrisos
(scs, 19516)
pois ela tinha esquecido a sombrinha
e aquele sorriso tão meigo escondia uma fúria
mas não teve medo: a chuva fria
eram aqueles olhos mentirosos musgos inauditos, gotas
não houve um convite, nem por isso se importou com a calçada molhada
enfrentava um receio sem perceber fluindo pelos nervos
olhava de alto a baixo decidida – os pássaros já haviam emudecido
a cena era melancólica, de tons misteriosos acovardados
remexeu na bolsa e a foto estava lá e não
se reconhecia
a chuva havia passado
não o sorriso
(scs, 17214)
o
mesmo
sorriso
serviu-lhe
como
despedida
um
desconhecido
me
sorri
com
medo
voou
e
foi-se
voltou
e
riu-se
o menino triste
correu pela rua
sorrindo como criança
(scs, 17512)
Tonto de felicidade
tropeçou no sorriso,
morreu de saudade.
conseguimos
sorrir
sem
ver
qualquer
razão
uma vez,
uma estrela sorriu,
a menina chorou,
uma onda rugiu
e o menino consolou
a menina e a levou
de volta pra casa.
e a estrela, de novo,
sorriu.
(scs, 30412)
considerando
os
sonhos
a
vida
sorri