quanto
mais
menos
era
mais
nada
falsidade
andando
na
rua
não
vive
atua
carrega
sempre
outra
cara
mesmo
nua
sorri
com
ódio
uma
máscara
crua
desdenha
do
Sol
louva
a
Lua
bajula
a
todos
vive
tão
só
finge
que
ama
ama-rga
sem
dó
nega
ser
como
é
mesmo
só
no
espelho
sempre
outra
porém
ela
mergulhada
em
orgulho
de
pensar-se
quem-sabe
olhos
fechados
tão
soberbos
cândidos
sentimentos
cada
abraço
um
nojo
– tenho
de
despedidas
desejadas
com
tristeza
planejada
convence
menticulosa
mente
noite
afora
na
sol(mult)idão
mesmo
assim
crê-se
assim
a
real
resvala
finge
corrige
revela
mágoas
tais
outro
dia
outra
ela
mesma
outra
desistia
de
ser
aquela
ela
mesma
confiou-se
aos
segredos
que
lhe
mentia
inventou
uma
vida
viveu-a
como
louca
desconfiou
do
espelho:
quem
sou
você?
146
que
desafio:!
não
ser,
contra
mim
145
inexisto,
mas
ainda
estou
aqui:
serei
sem título
Quisera não ter mais
o sorriso que não é meu,
a lágrima de quem me esqueceu,
a notícia triste dos jornais.
Mesmo assim, e como não,
ter, ainda, um sorriso e não outro,
verter a lágrima por ser aquele,
dizer as boas-novas e deixar-me ir.
(scs, s/d)
além do
é como se,
sem pensar,
sem avisar,
sem causar espanto
e ser espantosamente impensável
aquele no espelho
de lá saísse
e viesse conversar
viver a vida fora do espelho
do lado de cá da imagem
refletida
e reflexo e refletido
co(n)vivem
e se mesclam e se confundem
e riem
ao mesmo tempo
e pensam o mesmo pensamento
a mesma cor
a mesma roupa em corpos distintos
um único olhar para o horizonte
mas será que eram dois?
que reflexo? quem refletido?
qual lado do espelho é este aqui?
(10119)
57
só
não
consigo
parar
de
ser
recôndito
Cometi os
alimentados
pecados ocultos
de cobiçar
ser quem não
e de não procurar
ser
quem deveria.
Só vergonha.
(scs, 29911)