eu li tuas letras
arranhadas na areia
úmida das lágrimas do mar
de teus olhos:
tantas de um só amor
tantas de só amar
sem título
poucas
g o
t a
s
c
a
i
n
d
o
são
lá
g
ri
m
as
mas
também
amor
es
(scs, 29713)
sem título
chove lá fora
e aqui
chovo por dentro
sem título
Quisera não ter mais
o sorriso que não é meu,
a lágrima de quem me esqueceu,
a notícia triste dos jornais.
Mesmo assim, e como não,
ter, ainda, um sorriso e não outro,
verter a lágrima por ser aquele,
dizer as boas-novas e deixar-me ir.
(scs, s/d)
sem título
nem sempre há razão
na dor ou no vazio
que habita o olhar, a mansão,
que produz em lágrimas um desvario
(scs, 11212)
insiste
começaria um novo dia
se um novo dia nascesse
e poderia o sol aquecer
o dia se o sol quisesse nascer
a lágrima deixaria de correr
se a tristeza deixasse de ser
mas o novo dia nasce sem sol
e como antes a tristeza
navega nas lágrimas
e insiste em ser
(scs, 281111)
A rosa
a rosa
caída
na calçada
é poema
que a chuva leva
a mão
pequena
molhada
das lágrimas
que olhos tristes
choviam
colheu
a rosa
trazida por
outra chuva
e os olhos
sorriram
com o poema
entre as mãos
(mc, 2589)
a rosa
a rosa
caída
na calçada
é poema
que a chuva leva
a mão
pequena
molhada
das lágrimas
que olhos tristes
choviam
colheu
a rosa
trazida por
outra chuva
e os olhos
sorriram
com o poema
entre as mãos
(publicada em 26.10.09; atualizada em 11.2.18)