nem o espelho o via
sem sombra,
seu espaço percorrido pelas pessoas
a chuva atravessa seu não-estar
o vento carrega folhas através de seu peito
ele não há
(mc, 1059)
A palavra é tanta que faz a alma ser muitas
nem o espelho o via
sem sombra,
seu espaço percorrido pelas pessoas
a chuva atravessa seu não-estar
o vento carrega folhas através de seu peito
ele não há
(mc, 1059)
outros tantos são
os sabores dessa ausência
os mesmos sonhos nos
visitam desde a infância
nem sempre lembramos do
que fomos, à distância
sabemos, tão tolos,
dos risos da demência
querendo de volta, logo,
cada parte de nossa substância
para sempre perdida
na alegre inexistência
(scs, 61216)
inexisto,
mas
ainda
estou
aqui:
serei
conseguia
bem
disfarçar
a
própria
inexistência