despedida
sem
dor
querida
outro
amor
quinta 14
mesmo agora,
escura madrugada,
pressinto ouvir
chegando doce
amada
278
frio
escaldante
do
amor
torridamente
indiferente
277
deixando
dias
serem
anos
sem
amor
260
amada
senhora
sem
hora
pra
amar
a rosa
era uma rosa
nem a mais bela entre muitas rosas
mas era aquela, a deleitosa
de perfume desbotada
pétalas maltratadas
sedenta
– que ao amor afugenta –
nem a mais cobiçada
nem outra rosa
mas aquela, feiosa
a que escolhi
a que me escolheu
– ao vê-la, desvaneci
a angústia que era eu –
a que se desencantou
a que me enterneceu
àquela a quem meu coração falou
como nunca falou a rosa alguma
de coisas tristes
de meros e amores
de alternativas loucas
do sorriso que espuma
de dedos em riste
de noites e flores
de angústias tão poucas
falamos madrugada afora
reinventando os sonhos da não-manhã
as pétalas tão pouco viçosas
se alegravam como se houvesse orvalho
nosso silêncio, de uma paixão sonora
com as mãos de inventada tecelã
bordava eternidades na langorosa
flor, sem sombras nem farfalho
e aquela rosa
não a mais assombrosa rosa
ouviu-me com sua atenção de pétalas
e tocou-me
com sua ternura de espinhos
no canto do jardim onde sozinho
ela amou-me
confessando seus segredos de pérolas
ela, que já não era flor medrosa
ela, a única e sempre rosa
(scs, ?,21918)
242
vivo
em
desatinos
de
lúcido
amar
237
tão
pequeno
medo
de
ser
amado
234/235
tão tão
intenso tenso
sonho amor
tenso terno
sempre penso
tenho eterno
232
adeus
à
dor
ah(há)
meu
amor