amigo
volta
sou(-me)
nada
faltas(-me)
tudo
a ti
de uma real Distância e suas Dores
a Rafa e Tássia
I
de perto
amor
de longe
saudade
no todo
amor
quando partes
saudade
tua voz
amor
teu silêncio
saudade
sempre presente
saudade
sempre presente
amor
quando ausente
– amor
tua presença
saudosa
II
saudade
é uma sombra do amor:
está onde ele está,
mas quando não está;
é ele, mas não é,
mas é
se alimenta
de distâncias
de não-estar
dos acenos
que queríamos
proibidos
III
nos acenos
serenos tristes
com os quais
te vais
vem, assim, a ausência que
nenhum tempo mede
nem cura
amor
meio arte
saudade
meio morte
quando ficas
partes
em tudo
ficas
todo
IV
todas as distâncias
que são sempres
escoam lentas caudalosas
no tempo que se acumulou estático
no virar
de outro dia
e rememorar o aqui naquela ocasião
faz presente os ausentes
em lembrança e sorriso
– como o tempo voa
quando a gente começa
a relembrar
e talvez haja ocultos
fatos ainda não-inventados
desses que vivemos ou amanhã
muitos tantos que só podem ser
o restante da vida e outro tanto
e, ainda assim, o tempo leva muito tempo
pra passar
V
a estrada que se esconde sob a sombra
permanece muda como os risos de ontem
e avança na noite distanciando presenças
mergulhadas no silêncio que emoldura nós dois
vamos repetir a aventura ainda não vivida
de milhões de fotografias risos passos e aromas
repetiremos as convicções aninhadas em histórias
que são, que sempre serão estranhas e belas
e a saudade será sempre
nunca mais
(scs, 1115)
tríade 13
não era mais
o mesmo homem:
agora tinha amigo
aos
A R & T, que entendem
A manhã plena de Sol
acordou nebulosa:
eles não estavam lá
e voltei.
A densa neblina da manhã
era cheia de Sol:
eles estavam sempre lá
e nunca parti.
(scs, 11612)
tríade 10
as quatro amigas
nem mesmo sabiam
como sentir saudades
tríade 7
em seu círculo
de antigas amizades
havia um amigo.
75
Mesmo
à
distância
a
amizade
floresce.
o mistério
Há um estranho mistério
na amizade:
é como um não-era
que agora sempre foi.
69
amigo:
corpo
distante,
alma
presente –
alento