setembro chove?

– Sim, tenho!
Chegaram hoje pela manhã, legítimos!
Brochoves da Bulgária, feitos com dardilan,
colhido logo cedo.
Precisa ter o orvalho da quinta-feira,
antes de ser tocado pelos filhotes de manitylu.
Tenho também pervinilhas do Peru,
feitas com a secreta receita milenar
dos tengueús –
dizem que o segredo do sabor adocicado
é o clinarey.
Mas se você quer outro presente
que não comidas exóticas,
tenho a lhe oferecer um casal de strinkênias:
são dóceis, comem apenas rembila, duas vezes ao dia,
procriam uma vez só a cada três anos,
numa noite de Lua minguante,
virados para Morplion.
Os mirifuns-de-pescoço-anelar também são um lindo presente,
desde que você não coloque o dedo
muito perto da boca deles.
Mas parece que ainda não é isso
que você quer.
Poderia lhe mostrar uma lindíssima
zentiena feita por 20 mulheres
indianas cegas do olho direito,
para não verem toda a receita,
que trabalham no escuro
no interior de um vulcão inativo
em Tyenming-xougnuay, no Himalaia.
Ou uma barra de dew-denw,
descoberta numa tumba cóskita,
mas perfeitamente conservada –
e sou o único a vender isso neste continente!
Então, o que você vai querer, menino?

O garoto saiu sem entender nada.
“Era pra ser uma piada!”

(scs, 18912)

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