desperdiço-me no vento
sem rumo no meio da noite
espantado com o silêncio que me fiz
entre pedras e sobressaltos
mesquinhando o abrigo e a sensatez
envolve-me uma dormência de festa
mexendo em minhas mãos um carinho impróprio
mas não me deixa suspirar, voz arrancada,
em busca dos passos há tanto esquecidos
no caminho que passa por mim
a formidável aurora convida a esquecer
uma tola felicidade de tantas pétalas
e me desperdiço de novo na chuva morna
cansado de não saber
e ainda assim esperar
(scs, 18614)