rotina

gritos de crianças como se a vida fosse sempre feliz
e as noites não ocultassem cadáveres à luz do dia
decompondo-se em baratas e traições a preço de nada
brincando num seu mundinho indefinido mas o alarme toca
e é hora de novo de imaginar maldades mesmo sem sabor
ignorados anônimos na sarjeta esperando o caminhão do lixo
voltam correndo e ainda querem mais nunca é suficiente
o anseio de ser descoberto com a faca e o motivo vil
um som agudo vibrante ecoa e todos ouvem ignoram seguem
pois essa é a rotina a mão descansa sobre o peito
seca o suor do rosto e todos os sorrisos desaparecem
pois o cadáver não está mais ali

(scs, 281114)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *