ainda que venha sem fim o dia
mesmo que o tempo não seja
será sempre a dor alheia
e não mais o desprezo e o asco
a imagem tão bela, mas não mais
se desvanece e vai como ontem
deixou de ser, e a sombra some
e a luz lhe toma o lugar e ri
e ainda que a insistência doa
a mágoa cresce e se vinga
do coração o frêmito é cinza
em espasmos sem prazer ou luz
(scs, 19410)