plácido

era do alto o outro
vento que lhe vinha o sonho
insólito em desespero plácido
o vinho abandonado à cabeceira
poeirenta a manhã cansada
não da vida do dia mesmo o sopro
gotejando orvalho encaracolados
cabelos claros como olhos ao vento
a imagem que parte em parte
se deixa enraíza na alma a unha
na pele a língua do murmúrio frêmito
azulado como pérola única no alto
o outro vento, sim, o sonho

(scs, 23712)

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