à
sombra
descansa
o
sol
suado
2
como
vida,
alma
querida,
quero-te
bem
1
O
primeiro
amor
nunca
se
emudece.
aldravias
Conheci recentemente o Jornal Aldrava e a nova proposta de forma poética (a aldravia) que ele propõe. Encantei-me de imediato. É um desafio imenso poetar com seis palavras, dando a elas conteúdo, forma, sentimento, imagem, fluidez…
Aventuro-me aldravianeiramente desde então. Nas próximas publicações, aldravias (identificadas apenas por números).
Um poético 2012 a todos.
caminho
se caminho só
só caminho.
se contigo caminho
vivo.
(scs, 221211)
garden
à shan
Te olhei e,
então,
te vi.
Estavas tão linda!
Sim, como estavas de tal modo
linda!
E por um instante o tempo parou séculos
parado também a ver
como estavas linda!
Mas o tempo não voltou…
não posso mais olhar para outras manhãs
e te ver em outras manhãs
em outros jardins
em que também estavas
tão linda!
(sn, 031211)
noite de sexta-feira
é finda a chuva
não há mais porque chorar
engulo meu pranto de viúva
só, afogo-me no mar
(scs, 91211)
f & r
a troca de olhares
cega
o caminho dos pés
segue
para o precipício.
(scs, 61211)
à noite
não sei imaginar o fel
na dobra da pele
ou o rancor que não fere
ao contemplar os olhos vazios
mas há descaso no vento
e nas mãos que não querem ondas,
somente desacenos cínicos
outrora pássaros de asas duras
o que persiste ainda almeja
a manhã sem orvalho e ninho,
permeado de sonho e fastio,
firme, ainda que inconstante o pesar.
e adormece, sem cobrir o torso,
nos musgos que fumegam à noite.
a canção do tempo perdido embala o sono
e a chuva fina faz tudo findar
insiste
começaria um novo dia
se um novo dia nascesse
e poderia o sol aquecer
o dia se o sol quisesse nascer
a lágrima deixaria de correr
se a tristeza deixasse de ser
mas o novo dia nasce sem sol
e como antes a tristeza
navega nas lágrimas
e insiste em ser
(scs, 281111)