lembro?
a infância não-vivida na praia deserta
pegadas trêmulas no asfalto quente
eu nem mesmo sabendo que existia (estou certa?)
e a vida passava, passava indiferente
revivo?
o primeiro sorriso de adeus à tardinha
numa rua fria de casas displicentes
éramos só eu e minha ausência mansinha
conformando-se ao silêncio do nunca-mais insolente
desperto?
no meio da manhã cravejada de lágrimas tardias
e poeira suspensa no ar adocidado
do aroma das lembranças mais ternas e sombrias
daquela distante infância não-vivida (terei tentado?)
e tão feliz
(scs, 18115,13918)