e da desesperança nasce a flor
sob o sol forte
debaixo da mão carinhosa
das lágrimas que regam
dos dias longos que não precisavam ter fim
sorri a flor nascida
onde nada podia ser
onde sua semente foi jogada
por um vento, um sopro, uma gota de sangue,
um acaso, Deus, uma decisão talvez
o solo árido foi rompido
vencida sua morte, seu desamparo
e, ainda suja de terra-placenta,
se ergue, esgueira, insiste
temerosa a flor
(aracaju, 12129)