o homem rico
sai com seu perfumado cão
pela distinta avenida.
o homem pobre
mendiga um dormido pão
mostrando a perna ferida.
o cão do homem rico
urina na perna
do homem pobre.
o homem rico
ao ver a cena nem
de vergonha se cobre
e ao homem pobre
o cão não pede desculpa.
“de ser pobre
é somente sua a culpa!”
o perfumado
cão do homem rico
é o novo filhinho mimado.
e o homem pobre,
indigno e infeliz,
ainda esmola, mesmo molhado.
(scs, 171012)