hoje
paz
ontem
sonho
amanhã
desilusão
contículo 39
Ela não entendia a razão daquela felicidade. A manhã estava sombria, fria, sem qualquer encanto. Na imensa casa vazia ecoava sua solidão. As mãos e os pés esfregavam-se aflitos, tentando eliminar o frio. Nenhuma boa lembrança, real ou fantasiada, vinha consolar-lhe o coração. No entanto, nunca estivera tão feliz!
contículo 38
As pequeninas mãos estavam sujas de carvão. O rosto também, com os riscos que indicavam lágrimas que desceram dos olhos castanhos, cheios de gratidão. A boca, com o sangue coagulado, trazia um sorriso de beleza indescritível. Nas trêmulas mãos, pitangas recém-colhidas.
283
ouvia
havia
muito
uivos
mudos
olvidos
282
nunca
menos
que
jamais
sempre
nunca
281
deserto
coração
de
dores
áridas
saudades
280
inigualável
solidão
eivada
de
outros
solitários
279
ataviada
de
nudez
apaziguada
sem
lucidez
278
frio
escaldante
do
amor
torridamente
indiferente
277
deixando
dias
serem
anos
sem
amor