à vida

a Francisco Genciano

A vida,
ah! a vida, que se compraz complexa
em nos contemplar, interrogações tantas
– e seu fim, hoje vencido –
procurando ela respostas em nossas perguntas

Havida por desat(f)inado des(penhadeiro)afio
é antes ninho, impreciso abrigo
a ser percorrido com destemor, fé pensante,
com ternos afetos de misericórdia,
– a já abandonada tolice de criança –
um rio profundo e silencioso que leva
àquela vasta biblioteca, de corredores eternos:
tudo a se conhecer

Filosovida
fia tramas de brilhos tontos
na alma que se derrama
sabendo-se ínfima (mas desejosa
de tudo
de saber)

Irremediável (a)ventura
sempre nova loucura
uma navegação ao sabor do vento
sábio vento
as margens, paisagens inexploradas
os recantos, prantos abandonados
as encostas, respostas angustiadas
as colinas, rotinas e novidades
as montanhas, façanhas de amor
percorrer, sim, sem medo
a vida toda,
o vislumbrado enredo

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