a noite é um encanto só,
com seus olhos bem fechados,
sua voz de lua cheia
e seu sorriso de sonhos!
(scs, 15616)
A palavra é tanta que faz a alma ser muitas
a noite é um encanto só,
com seus olhos bem fechados,
sua voz de lua cheia
e seu sorriso de sonhos!
(scs, 15616)
eu guardo inexplicáveis lembranças:
a abandonada folha seca do dia
em que pela primeira vez te vi
o floco de neve que havia
na noite em que te esqueci
o guardanapo limpo de tafetá
do inesquecível piquenique a que faltei
a xícara suja de um insípido chá
da noite triste em que chorei
o poema rabiscado e incompleto
da manhã de amor que nunca veio
o abraço quente de mil afetos
roubado na multidão a olhos alheios
o lugar sempre vazio a meu lado
da longa viagem que nunca terminou
o sonho louco e amargurado
de que, de fato, nunca te amou
(scs, 4918)
preciso poetar mais
a vida anda muito engasgada
na ponta da pena
anseios e assombros
não se entregam se não
sangrarem tinta
muitas paisagens se perdem só nos olhos
os sonhos desneblinam-se ao amanhecer
– o mundo é menor que as sílabas! –
só o poema pode guardá-los
vivos e tenros (eternos?)
(scs, 28818)
tão
pequeno
medo
de
ser
amado
ansiava
entender
o
silêncio
do
vento
tão tão
intenso tenso
sonho amor
tenso terno
sempre penso
tenho eterno
de
alegria
consolada
vivia
de
amarguras
quantos de mim
cabem
em meu coração?
(scs, 19217)
adeus
à
dor
ah(há)
meu
amor
tenho frio crônico
nos ossos
tenho dor crônica
no corpo
tenho saudade crônica
na alma
tenho poesia crônica
no olhar