ouvindo a sussurrada canção
no meio da manhã
escapou-me um sonho das mãos
e, sem receio,
um adeus
(sd)
A palavra é tanta que faz a alma ser muitas
ouvindo a sussurrada canção
no meio da manhã
escapou-me um sonho das mãos
e, sem receio,
um adeus
(sd)
quanto
mais
menos
era
mais
nada
entre
duas
palavras
escolhi
a
outra
menino
testemunha
palatar
de
um
creme
os
sonhos
hão
de
despertar
enfim
f lt m l tr s pr d z r t d aaeaaieuo
susss
piro
suss
urro
sus
penso
imenso
descubro
inspiro
o que era de fato
nem mesmo pensamos
no entanto sim estava
e por isso tão solene
como a noite e uma
gota de sangue ou lágrima
de toque macio e não
tão simples sendo assim
que surpresa já sempre
um anelo não uma ausência
de poucas cores mas doçuras
nem haveria em nenhum canto
o aroma de que fizemos
o outro sonho da alegria difusa
bem de manhã sem lençóis
piso frio caminha tonto
e florejam liláses a nuvem
miúda nos diz o Nome e
lembramos nada somos
só desejos e saudade
(sp, 25813)
detive-me a te contemplar
outra manhã
e já eras
outra
ainda muito a mesma
no entanto
sim
no entanto, ali, sem sabermos
outra
foi a vida que se refez
mergulhada nos dias
passeios e loucuras
medrosos passos e
novamente feliz
e, então,
sem aviso, claros sinais,
eis-te
outra
(scs, 8813)
Fiz um versinho
pra meu amor;
um verso bobinho,
como bobinho é todo amor.
No meio do verso
fiquei sem palavras,
como sem palavras deixa
todo verdadeiro amor.
Queria dizer muito mais,
pois sempre há muito mais a dizer
num bobinho grande amor.
Mas preferi o silêncio,
pois de silêncios também ama
quem ama com grande amor.
(scs, 16416)