você tem facebook? (concurso encerrado)

Paranapiacaba é envolta em mistérios
Paranapiacaba é envolta em mistérios

Além de ser apaixonado (sempre tenho dúvida sobre que termo usar…) por poesia, sou por fotografia. Em ambos, reconheço, mal me chamo amador.
Recentemente, participei de uma oficina de fotografia, com duração de três meses, promovida pela prefeitura de São Caetano (SP). Os alunos fizeram uma viagem a Paranapiacaba, como atividade prática final. Algumas dessas fotos estão em um concurso popular, via Facebook. Votar é bem simples:

1. Clique em serei.eu/g/foto. Você será encaminhado para a foto no perfil da Secretaria de Cultura.
2. Curta a foto.
3. Divulgue para seus amigos.

O voto só é valido se for na página da Secult (o compartilhamento e o curtir da imagem em outras páginas não conta voto).

Tá feito!

Esta foto não recebeu nenhum tratamento; é crua. (Não tivemos tempo para qualquer edição.) Na Sala da Luz (térreo do Centro Digital, Av. Goiás, 950, São Caetano do Sul – SP), está ocorrendo a exposição com as melhores fotos da oficina. A exposição irá até o dia 10 de outubro, das 14h30 às 17h30. Estas, sim, receberam o tratamento que merecem…

Se for de São Paulo ou do ABC, apareça lá.

Abraço.

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Atualização

Não ganhei o concurso, mas obrigado a quem curtiu! Grande abraço.

sem título

mesmo à meia-noite
seu sorriso era infantil
e despojado de anseios,
mas não falava de sua alma,
não sofria as saudades imensas –
repousava a mão sobre o colo
num aceno sem sentido,
despedindo-se dos suspiros,
da abafada angústia das manhãs.

e sorria.

(scs, 31714)

em pó

era madrugada
de um sabor sem esperança nem remorsos
eu, linda, olhava pela janela esperando
teu aviso que nunca vinha

ainda

uma tensa calma
se agitava nos meus cabelos, translúcida,
nas veias e antevendo aquele tempo
que eram memórias e sonhos

insones

convulsionada em ardor
escondi o rosto do vento surdo
recusei meu nome e te quis solto,
inquieto borrão de saudade

amarga

a cortina escura
encobriu o nada que eu via,
linda, o canto roubado dos lábios
e desfiz-me em pó e em solidão

contigo

(scs, 11514)

três violões

a Ricardo Ordovás Lopes

Eu os tenho.

No primeiro toco saudades inconclusas
com gosto de limonada, em volta da mesa
de ingênuas descobertas e tempo perdido,
um tempo de tão antes
que parece nunca ter sido
e ainda é.
Dissonantes notas telefônicas
de tempero quase infantil,
tolos códigos que a amizade exigia,
dos outros ao redor tão distintos,
que o tempo buscou apagar,
embalaram tanta imaginação na vida inspirada
e a vida mesmo levou pra longe.

Com o segundo, desafinado, canto da trilha solitária
descrita nas páginas infantis do diário
que fui fazendo ao caminhar
sem querer deixar marcas,
dores e cartilhas e buscas,
me antevendo em rostos e muros,
escondido no vento da longa jornada
abraçado pela noite em que a solidão
cantarolava rudes melodias
nascidas para serem selvagens: havia lugar para o amor!
amansadas pela rotina
e outros tantos desejos aninhados num coração pequenamente vasto,
à sombra de um amanhã feliz que eu mesmo fazia –
e já era de novo a hora do almoço.

O terceiro está silencioso.
Como eu.

Eu os tenho.
Não.
Eles a mim.

(scs, 23114)