o
aceno
continuou
parado
no
adeus
97
ouviu
um
sussurro
gritando
sustos
terríveis
tríade 10
ontem nós vimos
aquela antiga felicidade
despedindo-se da vida
tríade 9
conservava no olhar
o outro estranho
jeito de amar
tríade única
quando ele chegou
a outra sorriu
a noite amou
(mistérios por trás
de crases e vírgulas)
águas
à orla de teus olhos
morria
o mar de tantas lágrimas
sem título
amava
se amada
com amor
E eram…
A Jeff e Mari, dois dos poucos
Eram, apenas não sabiam.
Como, sendo, não sabiam?
Não se pensavam?
Não diziam?
Diziam, mas não com palavras
não com olhos –
sonhos apenas.
Mas se já sonhavam, como não eram?
A mudez dos gestos
a amplidão de sorrisos
no estar tão perto
e o não única tão especial
– e a cúmplice amizade.
Se eram, como não sabiam?
Ou sempre soub(eram)
e não eram o que sabiam,
mas o que sorriam
e no sorriso diziam
disseram?
E num dia houve o ser
quando souberam
que já queriam
e agora
eram
cartas de amor (Fernando Pessoa)
Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
como as outras, ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
têm de ser ridículas.
Mas, afinal,
só as criaturas que nunca escreveram
cartas de amor
é que são ridículas.
aos
A R & T, que entendem
A manhã plena de Sol
acordou nebulosa:
eles não estavam lá
e voltei.
A densa neblina da manhã
era cheia de Sol:
eles estavam sempre lá
e nunca parti.
(scs, 11612)