Saiu à chuva,
sorriu à Lua,
jogou-se à toa.
as moedas e o luar
um menino só
que nunca viu o luar
é esquecido na praça
e nunca mais o procuram
o menino encontrou
na praça duas moedas
e sonhou ser um rei
com um tesouro que lhe comprava
o luar. naquela noite
a lua surgiu, e as moedas
no bolso abrigadas na mão:
o rei não podia comprar a prata do céu.
o menino só, que agora viu
na praça o luar e as moedas,
sentiu-se amado e sorriu desconfiado
de que teria de acordar.
(livremente inspirado na criança que não é criança e que não está viajando só neste ônibus; sp, 16112)
lupino
Quando chega a noite
nada mais parece importar,
só o sono, só o repouso
e o uivo baixo ao luar.
(scs, 271011)