era tranqüilo o sono embalado de silêncios
no calor tênue daquela manhã sem esperanças
revia tantas lembranças escondidas nas pálpebras
e fazia maior seu desejo de voar sem fim
os sonhos se desfaziam em outros sonhos
tingidos das cores todas de seu coração nômade
acima das nuvens no profundo abismo em ilhas distantes
não era ninguém e era apenas tudo que não via
era feliz o sono enfeitado de sussurros
nos corredores inexistentes de tantos mundos
não queria acordar não sabia mais sofrer
inexistia em tantos/nenhum lugar – vivia
a mão fria o sorriso inerte os olhos
que viam muito mais
fechados