cena

vinte anós após o outono
o relógio bateu de novo
na sala, sob o lençol branco,
agitando as folhas no quintal,
acordando a velha sem braços
na cadeira de balanço.
o crochê repousava em seu colo,
a teia de aranha pendia da agulha:
ela sorriu sem dentadura
de saudade da morte.

(scs, 11512)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *