o menino triste
correu pela rua
sorrindo como criança.
tríade 4
preciso viver como
se essa esperança
já houvesse morrido.
tríade 3
come sem pressa
comida sem sal
vivendo sem graça.
tríade 2
você me ouviu
quando lhe disse:
não lhe ouço?
tríade 1
a angústia morreu
enquanto o vento
soprava o cabelo.
tríades
Dia desses, brincando com as palavras, surgiu da ponta da caneta um poema de três versos de três palavras cada. Gostei da forma. Suficiente pra dizer algo, insuficiente pra dizer tudo, suficiente pra fazer pensar, suficiente pra criar sentidos, ambigüidades (sem, eu continuarei usando trema), mistério, humor. Suficiente pra poetar.
Então, decidi criar (na verdade, nem sei se esse tipo de poema já existe) a forma tríade. Ao lado das aldravias, as tríades são um desafio intencional de briga com as palavras, provocação à qual nenhum poeta resiste.