Sentei-me ao lado do velho desconhecido na praça: “Me conta numa frase tudo o que você sabe da vida”.
contículo 29
O vento agitava as folhas com tamanha ternura que elas coravam de vergonha.
contículo 28
Depois de tantos anos, sua infância já lhe pesava sobre os ombros.
contículo 27
De tanto contar mentiras, o homem passou a desconfiar que não existia.
contículo 26
Ao tocar na mão dele sentiu-se tão feliz que até esqueceu que não era feliz antes.
contículo 25
Entrou no elevador tão absorto em seus pensamentos que ninguém nunca mais o viu.
contículo 24
Controle remoto multitarefa: desliga o cérebro quando liga a TV.
contículo 23
O cadáver do homem de pele muito branca, só de cuecas, boiava placidamente no Tietê, sob o impiedoso sol veranil do meio-dia. Sem protetor solar!
contículo 22
Depois de tanto caminhar, chegou ao ponto de partida. De cansado, porém, desistiu e voltou pra casa.
contículo 21
Teve uma infância sensacional, uma família matriarcal, paixões e o escambau, um romance paradoxal, um casamento sem sal, um caso extraconjugal, um momento aeroespacial, uma desilusão sentimental, um prejuízo descomunal, um porre ao som de Wilson Simonal, uma úlcera estomacal, uma overdose de Gardenal, um quarto no hospital, e ninguém para lhe visitar.