um V de sangue
que formava uma linha borrada
sumindo aos poucos
manchou minha camisa branca
no combate com tua fúria
sem sentido
sem sentir a dor
sem prumo
sangra apenas o V
e me faz sentir ainda
vivo
(scs,21212)
A palavra é tanta que faz a alma ser muitas
um V de sangue
que formava uma linha borrada
sumindo aos poucos
manchou minha camisa branca
no combate com tua fúria
sem sentido
sem sentir a dor
sem prumo
sangra apenas o V
e me faz sentir ainda
vivo
(scs,21212)
o moço coçou o bigode
tão timidamente
que a moça de cabelos longos
continuou a não vê-lo.
(sa, 13412)
e aconteceu nesta manhã que,
surpreso,
ao olhar-me no espelho
me reconheci.
(sa, 13412)
Quantas poesias morreram
em mim
enquanto eu caminhava
de volta pra casa.
E ainda morrerão,
e delas sinto saudades —
nada sei delas,
apenas que, por um breve momento,
existiram.
(scs, 19412)
Há tantas palavras aqui
aprisionadas
que, libertas,
incendiarão o mundo ou
apenas afagarão
um menino.
(scs, 27412)
Não havia na ternura
senão esperança.
Não havia no sossego
senão ojeriza.
Não havia no pesadelo
senão lembranças.
Não havia no desatino
senão amor.
Não havia na amargura
senão felicidade.
Não havia no sorriso
senão súplica.
Não havia no amparo
senão suborno.
Não havia no desencanto
senão verdade.
Não havia no repouso
senão outro.
Não havia no invisível
senão ausência.
Não a via no quarto
senão remorso.
Tinhamuitapressapradizeroquesentia
mas
nem
uma
paciência
para ouvir
o que precisava.
mergulhei
em
tua
alma:
me
desvendei
Meu
conselho?
Deixa
partir,
e
vive!
Amanhã?
Deus
está
lá
me
esperando.